Crise do Questionar
"Pensar incomoda tanto quanto andar na chuva." - Fernando Pessoa
Você já parou para pensar que nos últimos tempos muitas pessoas tem mudado drasticamente sem motivo exato? Você nunca teve um amigo que de repente apareceu com o cabelo rosa pink curtindo um gênero musical muito nada a ver?
Você já parou para pensar para onde estão indo os filósofos? O que estão fazendo com o nosso mundo? Já parou para pensar que talvez a poluição do mundo de fora está cegando os nossos olhos e nos impedindo de ver a verdade crua e nua que está bem na nossa frente?
Já parou e se sentiu diferente demais? Já se sentiu revolucionário demais para o seu grupo de amigos? Já sentiu que uma peça que te dão não é a certa para a sua cabeça mas mesmo assim querem que coloca-la na sua cabeça?
Então esse texto é para você...
Apesar de pensarmos que crianças não sofrem esse tipo de "problema"- de se sentirem deslocadas ou diferentes demais por não gostar de uma marca tal de boneca ou por querer ler ao invés de pintar flores durante o intervalo- seria ignorância minha se não colocasse que as crianças também sofrem isso e as vezes isso as marca mais do que a nós- adolescentes e adultos- por um motivo simples: elas estão formando seu caráter.
Tudo que você dá, faz ou diz para uma criança ela vai absorver antes que você corrija o que disse e quando foram contar aquilo para seus pais vão falar tudo ao pé da letra, ou seja, se você fala "x" querendo dizer "w", elas vão considerar o "x" como "x" não como "w" e isso começa a formar um caráter, não?
Assim, é muito mais fácil mudar a cabeça de um indivíduo quando ele é pequeno e está formando seu caráter, porque não temos muita ideia do que está nos esperando e nos apegamos a qualquer informação que pareça boa. Somos mais maleáveis e manipuláveis.
Então, quando a criança cresce - já tendo dificuldade para se encontrar no mundo, o que é normal porque não há um manual para isso- ela já tem um caráter formado e gosta de coisas diferentes das outras pessoas, por exemplo, - coloquemos em pauta a pessoa que gosta de ouvir música dos anos 80 em pleno século XXI e odeia ir a festas- ela começa a ser bombardeada por uma coisa chamada "mídia".
A mídia colocará para ela padrões que obviamente ela não está acostumada a lidar, obviamente quando uma pessoa que passa o tempo todo em casa cantando "Paramore" entra nem um núcleo social em que as pessoas ouvem "K.O" ou "Louca" ela se sentirá deslocada - principalmente se é criticada pelo seu gosto "peculiar".
Nesse instante acontece algo super comum em pleno século XXI: mudanças radicais. Algumas são simples como qual caderno comprar no final do ano, mas outras como o uso de maquiagem, roupas e cabelo (principalmente em mulheres) são coisas que marcam sempre porque a pessoa que pensava ter um gosto e uma personalidade marcada e decidida é indagada por isso e busca aceitação em seu meio social. E apesar dessa busca por aceitação ser totalmente normal numa idade como essa (adolescência), há milhares de truques para fazer a mente das pessoas para torna-las menos questionadoras e para que se conformem mais rápido com tudo.
E esse é o ponto alvo desse texto em particular. Quero que pare agora e pense um pouco no que vou tentar lhe mostrar nos próximos parágrafos e depois me diga se não é assim que a coisa toda funciona.
As pessoas andam nas ruas totalmente conformadas pelo que está acontecendo, vendo guerras nos jornais, tendo medos e vícios totalmente controlados. As pessoas se dizem revolucionárias quando até mesmo essa rebeldia delas é prevista pelo mundo, tanto que a palavra "adolescência" virou sinônimo de "rebeldia".
Então as pessoas andam acostumadas a tudo que está envolta delas e não perguntam, não instigam umas as outras a quererem fazer algo novo ou algo diferente do habitual.
Ai que o problema da nossa linda e terrivelmente amedrontadora sociedade começa: estamos massificados! Não percebemos mais a diferença entre o Sol e a lâmpada. Não vemos mais sentido em ficar parado num canto apenas observando os outros. Somos massificados e nem sabemos!
Por quê? Porque não questionamos, não perguntamos! Acabamos com as pessoas que eram assim.
Consegue enxergar onde eu quero chegar? Nós, sociedade, estamos ficando chata, sem graça e monótona porque queremos transformar a personalidade da pessoa através do que nós queremos, e não somos nós que decidimos isso, é ela!
Estamos tirando a subjetividade do mundo porque temos medo do novo, estamos acabando com os filósofos que eram pessoas que se aventuravam na ideia do estranho, do novo e estamos criando pessoas massificadas que têm medo de gostar de um estilo musical ou de uma roupa "x" ou "y" porque não será vista bem se decidir gostar daquilo!
Não deveríamos fazer isso! Se não fosse pelos filósofos e pensadores não estaríamos aqui, se não fosse por Steven Hawking não saberíamos sobre o espaço-tempo ou sobre a Teoria de Tudo, se não fosse por Sigmund Freud ninguém saberia o que acontece no subconsciente quando sonhamos e nem o porquê de "não" sonhamos as vezes. Se não fosse por Platão, continuaríamos a viver num mundo de sombras e nunca poderíamos sair da caverna descrita no seu pensamento!
Se Albert Einstein tivesse saído mais vezes na infância ou na adolescência, talvez ele não teria resolvido tantos teoremas e contas que metade de nós não consegue nem entender.
Se essas pessoas tivessem olhado o quadro que você desenhou com o lápis que a sociedade te deu sem criticar, se elas não tivessem questionado o seu pensamento, se elas não tivessem procurado por respostas você hoje estaria mais confuso do que está ou mais massificado do que já é sem saber fazer outra coisa além de ler tablóides ou jogar video game a tarde toda.
Precisamos de pessoas que questionem, que queiram fazer a diferença. Precisamos de pessoas que questionem coisas necessárias e não futilidades que não mudarão a vida de ninguém! Precisamos de pessoas que queiram ver o Lado B do álbum da vida, de pessoas que queiram viver num mundo melhor.
Precisamos parar de pensar que só porque uma pessoa está sozinha, ela é excluída ou suicida. Precisamos parar de pensar que todo homem não pode chorar, precisamos parar esses paradigmas que o mundo nos impõe e começar a pensar pelo lado questionador!
Então deixe quem quer pensar, pensar. Deixe quem quer amar, amar. Deixe quem quer usar preto, usar preto. Deixe o mundo ser um lugar diferente para muitas pessoas!
Seja a diferença real do mundo e largue esse smartphone!
Tiffany
"A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde por si mesma.
A gente se acostuma, eu sei, mas não devia." - Eu sei mas não devia, Marina Colasanti
Falou tudo♡
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